Angelique

de Walter Wanderley

Tú és o grande amor da minha vida,
pois você é minha querida, e por você eu sinto calor.

Aquele seu chaveiro escrito "love",
ainda hoje me comove me causando imensa dor.

Eu me lembro, do dia em que você entrou num bode,
quebrou minha vitrola e minha coleção de Pink Floyd.

Eu sei, que eu não vou ficar aqui sozinho,
pois eu sei que existe um careta, um careta em meu caminho...

Nada me interessa nesse instante,
nem o Flávio Cavalcanti que ao teu lado eu curtia na TV...

Nessa sala hoje eu peço arrego, não tenho paz,
nem tenho sossego, hoje eu vivo somente a sofrer...

E até, até o filme que eu vejo em cartaz,
conta nossa história e por isso eu sofro muito mais...

Eu sei que dia a dia aumenta o meu desejo,
e não tem Pepsi-cola que sacie a delícia dos teus beijos...

Quando eu me declarava você ria,
e no auge da minha agonia, eu citava Shakespeare...

Não posso sentir cheiro de lasanha,
me lembro logo das casas da banha onde íamos nos divertir...

Mas hoje, o meu Sansung-Garrard-Gradiente
só toca embalo quente pra lembrar do teu calor...

Então eu vou ter com a moçada lá do píer,
mas pra eles é careta se alguém fala de amor...

Na faculdade de agronomia,
numa aula de energia, bem em frente ao professor...

Eu tive um chilique desgraçado,
eu vi você surgindo ao meu lado, no caderno do colega Nestor...

É por isso, é por isso que agora em diante
pelos 5 mil auto-falantes eu vou mandar berrar o dia inteiro que você é o meu máximo denominador comum!

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