Les doigts en l'air

de Sasso

Era alta madrugado o carijó nem canto
E o Libanio índio taura, a tempo se levantou,
Sorveu uns goles de amargo, para o campo se tocou,
Teria uma lida dura, já que o tempo melhorou.

A vida desse gaudério nunca teve muito luxo,
Se criou campo a fora, pelas bandas de Garruchos,
Pitando e tomando canha, como todo bom gaúcho,
Na guaiaca poucos cobres, mas forada de cartucho.

Quase não teve descanso, mas pagava muita changa,
Fez muito touro, boi manso, capando botando a canga,
Puxando pelas orelhas, boleava o corpo pra traz,
Pois uma junta parelha, não se encontra assim no mais.

Índio de muitos talentos, disposição não faltava,
Seu lazer era com os tentos, pois corda nunca comprava,
Fazia de tudo um pouco, caprichado por sinal,
Laço, ajoujo maneador, rédea, sovéu e boçal.

Não faz idéia das léguas dos alambrados que ergueu,
Quantos potros, quantas éguas que nos arreios meteu,
Muito foram os rebanhos, que ele tosou a martelo,
E na sanga quantos banhos nas tardes frias de inverno.

Quase não teve descanso, mas pagava muita changa,
Fez muito touro, boi manso, capando botando a canga,
Puxando pelas orelhas, boleava o corpo pra traz,
Pois uma junta parelha, não se encontra assim no mais.

No semblante tinha a história, de um missioneiro buenacho,
Na mente tinha a memória, da vida de um índio macho,
Que nunca froxou garão, mas não foi prevalecido,
Dependendo da ocasião, num grito ta resolvido.

Depois já cabelo branco, foi fará pra gurizada,
Nunca mais foi para o campo, tapera virou a morada,
Mas resta ainda a lembrança, de um gaúcho de hombridade,
Que é o mais bonito recuerdo, que leva pra eternidade.

Más canciones de Sasso