Tiempos de Cometa

de Rafael Santos

Ago, majestade negra
Mãe África, raiz ancestral
A alma chorava e a pele sangrava
Ao ver seus filhos serem, matratados
Escravizados pelas mãos do invasor
Reis e rainhas nobres guerreiros
Que se foram sem dizer adeus
Um triste lamento ecoou
O vento soprou cruzaram mares
Em terras brasileiras desembarcou

Berço quilombola, essência cultural
Negrura aflora na pedra do Sal
Bravura retinta se pôs a lutar
Com sangue Mahin, Banto, Yorubá

Fincada raiz, encanto de realeza
Tia Ciata herança da nobreza
Yabá da pequena África
Inspiração e acalanto
Nos pés das cabrochas e de cada malandro
Hoje a Raça Rubro-negra vem exaltar
A cor que labuta por liberdade
O samba ainda resiste na rua ou no gueto
E traz poder pro povo preto!

Sou resistência e peço: Agô!
De punho cerrado, mostro meu valor
A nossa Voz ninguém vai calar
A Raça vem aí, e o bicho vai pegar!

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