samba duro

de Quinta Feira

Em um papel vou te riscar
Pois é o que me resta a fazer
se preciso de olhar
E um lápis me ajuda
Num poema ou desenho
A te ter e te guadar

Em um papel vou rabiscar
Todas aquelas palavras
Que eu guardo pra te dar
Garanto, cabe o sol que é
Teu sorriso de mulher
Nessa boca de menina

É uma carta pequenina
Dessas lidas na surdina
Pelos pares proibidos

Vou guardar o meu amor
Vou o teu calor
Num cofre feito de papel
Pois é com a ponta de um lápis
Que eu rasgo essa saudade
Que destrata tanto assim

Um papel e um suspirar
Dobro eles, guardo eles
Que depois eu vou te dar
E se em uma frase só
Coube até tua luz do sol
Te mando o universo inteiro

Nessa carta pequenina
Que nasceu na escrivaninha
E me entrega por inteiro

Nesse papel sem valor
Que já até perdeu a cor
E dobrado cabe o céu
E quando eu sentir saudades
Já coloco na embalagem
Dessa carta escrita assim

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