Desperta.
de PAPILLON
Quero voltar prá a ilha, não quero voltar praí
Sei que tu queres companhia
Se fosse eu, não contaria com isso
Deixa-me tar na minha, na minha miséria
Deixa-me tar na minha, na minha miséria
Deixa-me tar na minha, na minha miséria
Deixa-me tar na minha
(Não sei se estou em baixo porque esta vida não presta
Ou se a vida não presta porque eu estou em baixo)
Como é que me levanto da cama se hoje tou sem chão?
Os meus olhos pesam tanto e os neurónios bocejam
Tenho vontade de voltar ao ventre e ser um pequeno feijão
E quanto mais penso, mais as feridas não fecham
Ontem sonhei que tava na minha melhor versão
Despertei e a minha alma ainda não fez a conversão
A minha cabeça quer comprar uma briga com o coração
Tu sabes que é o cliente que fica sempre com a razão
A vida deu limões e eu não sei fazer limonada
A cena ficou preta e eu não sei fazer caviar
Quando dei por mim, já tava entre a parede e a espada
Hoje eu só quero é ser capaz de escapar desta cavidade, oh
(Oh-oh) Hoje eu sou frio pois eu sofri (Oh-oh)
Sinto o vazio, mas ainda assim (Oh-oh)
Prefiro tar aqui sozinho que tar ao pé de ti
Quero voltar prá ilha, não quero voltar praí
Sei que tu queres companhia
Se fosse eu, não contaria com isso
Deixa-me tar na minha, na minha miséria
Deixa-me tar na minha, na minha miséria
Deixa-me tar na minha, na minha miséria
Deixa-me tar na minha
Não sei se estou em baixo porque esta vida não presta
Ou se a vida não presta porque eu tou em, porque eu tou em
Porque é que sinto o peso do planeta nos meus ombros?
Porque não dou desprezo e não quero saber como os outros?
Às vezes me pergunto se esses conflitos do mundo
São só um reflexo da luta entre a minha alma e o meu corpo
Costumava vaguear, por aí, com os meus fones no ouvido
Sons em modo repetido, só a fingir que não existo
O pior é que ia conseguindo
Meio-morto, meio-vivo, sem propósito ou motivo
Até ouvir aquele beat, aquele snare, aquele kick
Aquele flow, aquele ritmo, aquele amor com palavras
De repente fez-se o click, era (a música)
A minha tábua de salvação para eu deixar de tar à deriva
E a cada repetição, ia mudando de perspetiva
Como é que um estranho sabe tanto sobre a puta da minha vida?
(Música) Aquela merda salvou-me a vida
Agora sei que não tou sozinho, e tenho anjos a olhar por mim
Eles podem nem tar aqui, mas eles andam sempre comigo
E dão-me a força, dão coragem, confiança no meu instinto
Dão-me a inspiração para expressar tudo aquilo o que eu sinto
Hoje eu faço parte da música e ela é parte do que eu sou
A cura para a minha loucura antes de qualquer comprimido
Hoje sei que tudo passa e aquele tempo já passou
Sei que aqueles sentimentos já não preciso suprimir
Eles fizeram-me abrir os olhos e encontrar o tesouro
O talento que eu tinha escondido dentro mim
Eu não tava em baixo por ter acordado do meu sonho
Tava em baixo porque o mundo ainda estava a dormir
Champ, wake up, wake up
Wake up, wake up champ
Dont sleep now, you gotta go home
You gotta go home, champ
Quando o mundo despertar, vai deixar de ser preciso
Ser preciso alguém morrer para ver o paraíso
Quando o mundo despertar, tu vais ver que não é preciso
Não é preciso morrer para ver o paraíso
Não é preciso morrer para ver o paraíso
Não é preciso morrer para ver o paraíso
Para ver o paraíso, para ver o paraíso
Para ver o paraíso, para ver o para
Rapazes, tou a ir pó estúdio, querem surgir?
Eu tou a chegar agora ao estúdio
Vou ficar tipo até as seis, até cinco e meia, seis, mas
Mas ya, acho que o Jonhny também tá a gravar, ya
Por isso ya, vou lá agora
Tranqui, eu já tou aqui no estúdio também
Mas boy, não é preciso, vais ficar tipo até às cinco né?
Então se ficas até às cinco não há stress
We’re cool, no problem
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