Ó, Que Banzo, Preta

de Martinho Da Vila

Preta, que preta, que preta
Que preta, que nêga
Nêga, que nêga, que nêga
Pretinha, que preta
Quando a pretinha chega para galderiar
Os meus olhos paqueras se abrem
Coração menino se apura
E os lábios se molham pro beijo que vem
Nosso amor passarinha qual pluma no ar
E os seres maldosos não sabem
Que mesmo transando a ternura é tão pura
Que os anjos nos dizem amém minha preta,
Preta, que preta, que preta
Que preta, que nêga
Nêga, que nêga, que nêga
Pretinha, que preta
Mas eu sei menina
Que um dia irás
Curvar-se ao destino
Que o senso impuser
Então eu serei
Simplesmente amigo
E tu serás só, saudade mulher
Mais sempre que eu estiver numa onda de sonhos
Com lua espiando ou sol por um juíz
Vou olhar lá pro céu
E pedir para os astros
Guiarem teus passos
Para seres feliz
Minha preta,
Preta, que preta, que preta
Que preta, que nêga
Nêga, que nêga, que nêga
Pretinha, que preta

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