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CONTRESENS

de Fantine

Todo dia na minha casa o telefone toca
Eu fico surdo toda vez que a gente não se olha
Alô bom dia, boa tarde, boa noite, a gente nem se ouve
Pra que tanto alô, onde não há amor?

Todo dia na minha tela eu vejo seu e-mail
E vejo mil palavras escritas meio a meio
Você também emitiu, e eu não quero a vida pelo fio
Pra que tanto alô, onde não há amor?

É eu quero encontrar
Um universo novo em cada olhar
É eu quero encontrar
A tecnologia do olhar

Todo dia na televisão eu penso que te vejo
E fico cego toda vez que eu vejo um beijo
Amor a mil e o pudor sumiu nas telas do Brasil
Pra que tanto alô, onde não há amor?

Agora eu entendo, teus olhos brilham sem medo
Não sei por que as pessoas brigam pela razão
E esquecem de enxergar o próprio coração

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