Janeiro, Fevereiro, Março
de Face da Morte
Eu sou lavrador
Puxador de enxada
Sempre fui lavrador
Aonde os nossos antepassados
Adquiriram suas terras
Ali nasceram, cresceram, casaram,
Adquiriram filhos
Em cima daquela terra
Eu acho muito difícil,
Uma coisa que machuca muito
A mim, pessoal,
É quando me lembro
Das antiga terra
Que o papai possuía
Me dá uma saudade imensa
De voltar naquele pedacinho de chão
Aonde eu fui nascido e onde fui criado
O homem sem terra, sem nada,
Não tem pátria,
Não tem aonde morar
Ele perdeu a sua identidade
E a sua dignidade
Até em ser um bom agricultor
Ele não tem nada!
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