O Pequeno Burguês/ Canta Canta Minha Gente - Ao Vivo
de Emicida
Hoje cedo
Quando eu acordei e não te vi
Eu pensei em tanta coisa
Tive medo
Ah, como eu chorei, eu sofri
Em segredo
Tudo isso
Hoje cedo
Holofotes fortes (purpurina)
E o sorriso dessas mina (só me lembra cocaína)
Em cinco, abrem-se cortinas
Estáticas retinas brilham, garoa fina
Que fita
Meus poema me trouxe
Onde eles não habita
A fama irrita, grana dita, cê desacredita
Fantoches, pique Celso Pitta, mentem
Mortos tipo meu pai, nem eu me sinto presente
É rima que cês qué? Toma uma, três
Farta pra infartar cada um de vocês
Num abismo sem volta, de festa, ladainha
Minha alma afunda igual minha família
Em casa, sozinha
Entre putas, como um cafetão
Coisas que afetam
A sintonia
Como sonhei em tá aqui um dia
Crise, trampo, ideologia, pause
E é aqui, onde nóis entende a Amy Winehouse
Hoje cedo
Quando eu acordei e não te vi
Eu pensei em tanta coisa
Tive medo
Ah, como eu chorei, eu sofri
Em segredo
Tudo isso
Hoje cedo
Vagabundo, a trilha é um precipício, tenso, o melhor
Quero salvar o mundo
Pois desisti da minha família e numa luta mais difícil
A frustração vai ser menor
Digno de dó (dó), só o pó, vazio comum
Que já é moda no século 21
Blacks com voz sagaz gravada
Contra vilões que sangra a quebrada
Só que raps por nóis, por paz, mais nada
Me pôs nas gerais, numa cela trancada
Eu lembrei do Racionais, reflexão
Aí, os próprio preto num tá nem aí com isso, não
É um clichê romântico, triste
Vai perceber, vai ver, se matou e o paraíso não existe
Eu ainda sou o Emicida da Rinha
Lotei casas do sul ao norte
Mas esvaziei a minha
E vou por aí, Talibã
Vendo os boy beber
Dois mês de salário da minha irmã
Hennessys, avelãs, camarins, fãs, globais
Mano, onde eles tavam há dez anos atrás
Showbiz como a regra diz, lek
A sociedade vende Jesus (por que não ia vender rap?)
O mundo vai se ocupar com seu cifrão
Dizendo que a miséria é quem carecia de atenção
Hoje cedo
Quando eu acordei (quando eu acordei) e não te vi
Eu pensei em tanta coisa
Tive medo
Ah, como eu chorei, eu sofri
Em segredo
Tudo isso
Hoje cedo
Uns destilam ódio e rancor
Isso é pequeno
Prefiro o avesso do veneno
Outro sabor pra compor
Mesmo que através da dor que seja pleno de amor
Aquele que é extraterreno
Procuro simbiose, nunca o parasitismo
Desprezo a vassalagem e meço a dose
Autonomia, palavra qu'espanta!
Pois fazê-la de mantra é meta até a metamorfose
Hoje cedo
(Quando eu acordei), oh, e não te vi
Eu pensei em tanta coisa
Tive medo
Ah, como eu chorei, eu sofri
Em segredo
Tudo isso
Hoje cedo
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