Mais um Verão

de Emicida

Pelo asfalto quente, curva, mente turva
Como enchente, então, volto, tipo chuva de verão
Sem emoção, entende, apesar do pique
Um corpo de um ente, entre os porcos doente
Rente as hienas, as puta, os dilemas
E os vermes, cada um com seus problemas
Eu baixo o vidro, eu sinto a brisa
Eu respiro, abro, um botão da camisa
E vou, todo dia
Onde a luz da lua, é como anestesia
O néon, o lodo, as vadias, o globo
Agonia, o todo, e os outro ri, eu não sou daqui
Na real, já nem sei, se eu virei
O que abominava, quando ninguém me escutava
Se o olho brilha, igual hatoni hanzo
Estilo prata, deve ser banzo, tristeza mata, jão
É um dois pra virar depressão

É só mais uma noite, vagabundo
Tenho que pagar umas conta
Tentar salvar o mundo
Se der tempo eu quero ser feliz
Independente do preço
Independente de como
Eu mereço

Antes eu ate sorria, hoje
Vejo os copos cheios, e as pessoas vazias
Rindo alto, forçando alegria
Eu, heim, ave maria
Sinto os apertos de mão, falso, rindo os irmão, falso
Se tá no salvão, falso, como pode ser tão falso?
E o mundo quer saber, qual meu corre, o vmb
Dos rap que me atacou, quando eu vou responder
Meu sonho é gravar com quem, por que?
E eu só quero chorar por perder meu primo pro hiv
Luxuria e depressão, balada,
Fedendo à terceira intenção, consciência pesada
Feliz nada, é a dor maquiada
De batom vermelho, safada
Glitter paetê e pluma
Minha filha com seis mês e eu não vi porra nenhuma

É, cê também não entendeu coisa alguma
Violentamente encantadora, friamente aconchegante
É o habitat natural dos vampiros e o labirinto pro sonhador

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