HAT TRICK

de Djonga

Falo o que tem que ser dito
Pronto pra morrer de pé
Pro meu filho não viver de joelho
Cê não sabe o que é acordar com a responsa
Que pros menor daqui eu sou espelho
Cada vez mais objetivo
Pra que minhas irmãs deixem de ser objeto
E parece que liberaram o preconceito
Pelo menos antigamente esses cuzão era discreto
Três ano, três grandes obra
E ninguém sabe o que tava pegando lá em casa
Então lave a boca pra falar de mim
O que me fez chorar não foi a morte do Mufasa
Eu sou a volta por cima
Uma explosão em expansão igual o Big Bang
Eu sou um moleque igual esses outros moleque
Que a única diferença é que não esquece de onde vem
Eu peço bênção pra sair e pra chegar
Não canto de galo nem no meu terreiro
Honra com os adversários, na luta
Porra, eu sou filho de São Jorge, guerreiro
Mente fria, sangue quente
Paralisam do meu lado, choque térmico
Quando saí, prometi que não voltava com menos que o mundo
Tá aí, mãe, o que cê quer, pô?

Abram alas pro rei, ô
Abram alas pro rei, ô
Abram alas pro rei, ô
Me considero assim
Pois só ando entre reis e rainhas

Abram alas pro rei, ô
Abram alas pro rei, ô
Abram alas pro rei, ô
Me considero assim

Porque eu fiz geral enxergar em 3D
Deus, o Diabo e Djonga, pô
Bitch! Please, não rouba minha onda
Que os mesmo 90 minutos
Não te faz suar igual quem joga e tem raça
Da terra onde nada vira
Um mano do nada vira a maior referência de um jogo
Onde saber quem joga mais vale mais do que pôr comida no prato
Dinheiro é bom
Melhor ainda é se orgulhar de como tu conquistou ele
Aquelas coisas, né, o que se aprende no caminho importa mais do que a chegada
Isso te faz seguir real
Igual um filme de terror na direção de Jordan Peele
Aquelas coisa, né, quem vai com muita sede ao pote tá sempre queimando largada
É pra nós ter autonomia
Não compre corrente, abra um negócio
Parece que eu tô tirando
Mas na real tô te chamando pra ser sócio
Pensa bem
Tirar seus irmão da lama
Sua coroa larga o trampo
Ou tu vai ser mais um preto
Que passou a vida em branco?

Abram alas pro rei, ô
Abram alas pro rei, ô
Abram alas pro rei, ô
Me considero assim
Pois só ando entre reis e rainhas

Abram alas pro rei, ô
Abram alas pro rei, ô
Abram alas pro rei, ô
Me considero assim
Pois só ando entre reis e

Lanço aqueles sons
Que você arrepia toda vez que ouve
Olha os playboy gritando que o Djonga é o mais OG
Poupe-me, poupe-me
Me desculpa aí
Mas não compro seu processo de embranquecimento de MC
Eu sigo falando o que vejo
Tem uns irmão que tá falando o que essa mídia quer ouvir
Alguns portais nem me citam
É que eu já ultrapassei, pô!
Competições pra ganhar do bonde
Não sejam tão trapaceiros
Perca pra um grande adversário
Não pra sua incompetência
Um castelo de areia não suporta o tsunami
Ponha a mão na consciência
E dizem que união de preto é quadrilha
Pra mim é tipo um santuário
Quem pensa diferente, sanatório
Se junta Brown e Negra Li temos um relicário
Num é porque agora eu tô de tênis
Mas a real que deixei vários no chinelo
A real é que mostramos o que era bom
Pra uma estrutura que tava sem critério
Nas Favela do Brasa, é tudo nosso
Entre o bem e o mal, é tudo nosso
É tudo nosso, é tudo nosso
E tem os irmão que é só negócio
Fala que a voz dos preto é tudo nosso
E na paz ou na guerra, é tudo nosso
É tudo nosso, é tudo nosso
E quem tá contra tá mandado

O dedo
Desde pequeno geral te aponta o dedo
No olhar da madame eu consigo sentir o medo
Cê cresce achando que cê é pior que eles
Irmão, quem te roubou te chama de ladrão desde cedo
Ladrão
Então peguemos de volta o que nos foi tirado
Mano, ou você faz isso ou seria em vão o que os nossos ancestrais teriam sangrado
De onde eu vim, quase todos dependem de mim
Todos temendo meu não, todos esperam meu sim
Do alto do morro, rezam pela minha vida
Do alto do prédio, pelo meu fim
Ladrão
No olhar de uma mãe eu consigo entender o que pega com o irmão
Tia, vou resolver seu problema
Eu faço isso da forma mais honesta
E ainda assim vão me chamar de ladrão
Ladrão

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