Fim

de Cristina Branco

Foi quem deu para seu martírio
Nas certezas o delírio
Tão quebrante na passada

De quadrante sem prumo
É claro que o seu rumo
Lhe entorta a caminhada

E quando cheia vê a lua
Logo diz que pela rua
A loucura está instalada

É a birra que a cega
A má língua que se pega
É só buracos na estrada

Não é defeito é feitio
De quem não dormiu
Não é defeito é mau feitio

Não é defeito é feitio
De quem não dormiu
Não é defeito é mau feitio

Deve ser telepatia
Indução e astrologia
Todo o sapato lhe cabe

De pressão e euforia
Molhar o bico na mania
Para que o dia cedo acabe

E quando cheia vê a lua
Logo diz que pela rua
Há sempre quem lhe aldrabe

Culpa a selenofobia
Eu sei lá se a teimosia
Dos outros ninguém sabe

Não é defeito é feitio
De quem não dormiu
Não é defeito é mau feitio

Não é defeito é feitio
De quem não dormiu
Não é defeito é mau feitio

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