Cúmplice

de Cazuza

Hoje eu acordei querendo encrenca
Escrevi teu nome no ar
Bati três vezes na madeira
Senti você me chamar

Na verdade uma carta em braile
Me deu uma certeza cega
Você estava de volta ao bairro
Em alguma esquina à minha espera

Meu amor, meu cúmplice
Eu sempre vou te achar
Nos avisos da lua
Do outro lado da rua

Rodei todas as lanchonetes
Tive idéias perversas
Relembrei tantos golpes espertos
Você cada vez mais perto

Meu amor, meu cúmplice
Meu par na contramão
Você não mudou em nada (nada, nada, nada)
Eu também não, que bom!

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