Tijolo por Tijolo

de BRAZA

Laje de cimento, teto de estrela
Sopra aquele vento pela janela
Sob o firmamento posso encontrá-la
Vê-la viva ali, naquela viela

A carne é só a carne, e um dia apodrece
Forte é a jangada, eterna é a prece
Quando vê nascer, dentro do seu ser
É justo temer, mas não vou fugir

Na força do meu protetor
Xangô ou Senhor do Bonfim
Tijolo por tijolo eu vou
E que o destino venha em mim

A natureza grita, a espécie procria
Muita trêta, fita, dor e alegria
Quem pula o portão? Quem morde a parede?
Isopor, Litrão, que o povo tem sede

Tomara que um dia, que um dia meu deus tomara
Tomara que o destino olhe dentro da minha cara
Quando vir nascer, dentro do meu ser
Posso até temer, mas não vou fugir

Na força do meu protetor
Xangô ou Senhor do Bonfim
Tijolo por tijolo eu vou
E que o destino venha em mim

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