O Bem
de Arlindo Cruz
Pisa manso nessa dança, pedaço de mal caminho
Faz passinho de criança, e balança com carinho (que vale um vintém)
Miudinho meu bem, miudinho
Balança com muita elegância, na dissonância do meu cavaquinho, meu bem
Miudinho meu bem, miudinho
Sem tirar os pés do chão
Vem cantando o refrão vem abrindo o caminho devagar
Miudinho meu bem, miudinho
Você que é de Dora rainha do frevo e do maracatu
Vou num fandango adoro um fricote
Me ralo num xote, baião e lundu
Meu bisavô que é o rei da embolada
Quis armar uma cilada pra meu primo de Xerém
Maior calangueiro do Rio de Janeiro
Chegou no terreiro não tem pra ninguém, então vem
Miudinho meu bem, miudinho
Essa dança não é afoxé, bate mão bate pé pra ficar bonitinho devagar
Miudinho meu bem, miudinho
Bole bole que eu sei não é mole
Afunfa um gole nesse miudinho
A sua madrinha foi dançar bumba meu boi nunca mais quis voltar
Sua tia até hoje anda dançando ciranda nas bandas de lá
E no sufoco pra dançar a dança do coco
Lá na praça do barroco pra arrumar um pichulém
E toda família já dançou quadrilha se liga na trilha e vem dizer no pé
Vem na fé
Miudinho meu bem, miudinho
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