Capitaine

de Arca M

Na platibanda da Borborema
Ou no bas-fond do fim de feira
O meu amor vai sangrando ao largo
Por não ter ninguém que a queira

E o que é que se tem da tarde
Senão a sombra de uma palmeira
Por sob um Deus que não nos vela
Ou nos empurra à ribanceira

Da América do Sul
Estrela que cai no mar
América do Sul
Mar que soluça
América do Sul
Meu amor

Faca de ponta espera outra sorte
Sonha cativa, deitada à mesa
Já se esqueceu dos tempos de corte
Se entediando à moda burguesa

E o que são vinte e poucos anos
Entre caudilhos e suas liteiras
Já não importa poder ou prata
Enquanto houver chuva na roseira

Da América do Sul
Estrela que cai no mar
América do Sul
Mar que soluça
América do Sul
Meu amor

Não sei do Sol que se vai poente
Do alpendre sinto-me belo e disperso
Singrando as vias de um sonho quente
Sangrando as veias, meu peito aberto

E a cana grassa ao horizonte
Como em qualquer canção estradeira
Vai se gastando essa vida mansa
Meu cão se esquece nessa soleira

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