Padre Zé

de Amália Rodrigues

Tocam as matinas, nasce um novo dia
Já pelas colinas canta a cotovia
Vamos lá p'ra lida, toda a gente a pé
Que já está na ermida o bom padre Zé
Vamos lá p'ra lida, toda a gente a pé
Que já está na ermida o bom padre Zé

Ai, ai, já se murmura
Já se diz, até
Não há outro cura
Ai, ai, Como o padre Zé

Pelas tardes mansas, mal saem da escola
Chegam as crianças, poisam a sacola
E bailam de roda, ó-lari-olé
Cantigas à moda do bom padre Zé

E bailam de roda, ó-lari-olé
Cantigas à moda do bom padre Zé

Ai, ai, já se murmura
Já se diz, até
Não há outro cura
Ai, ai, Como o padre Zé

É novos e velhos, mais velhos do que ele
Dá-lhes bons conselhos e bolos de mel
E ninguém se nega, ó-lari-olé
Ao vinho da adega do bom padre Zé!

E ninguém se nega, ó-lari-olé
Ao vinho da adega do bom padre Zé

Ai, ai, já se murmura
Já se diz, até
Não há outro cura
Ai, ai, Como o padre Zé

Ao findar a ceia, que bonito quadro
Vem a minha aldeia toda para o adro
Padre Zé no meio, como em oração
Num divino enleio, toca violão

Padre Zé no meio, como em oração
Num divino enleio, toca violão

Ai, ai, já se murmura
Já se diz, até
Não há outro cura
Ai, ai, Como o padre Zé

E ao luar de prata, os Manéis depois
Fazem serenatas como os rouxinóis
E bailão de roda, ó-lari-olé
Cantigas à moda do bom padre Zé

E bailão de roda, ó-lari-olé
Cantigas à moda do bom padre Zé

Ai, ai, já se murmura
Já se diz, até
Não há outro cura
Ai, ai, Como o padre Zé

Ai, ai, já se murmura
Já se diz, até
Não há outro cura
Ai, ai, Como o padre Zé

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