Lerele

de Amália Rodrigues

Junto ao Arco do Bandeira
Há uma loja, a tendinha
De aspecto rasca e banal
Na História da bebedeira
Aquela casa velhinha
É um padrão imortal

Velha taberna, nesta Lisboa moderna
És a tasca humilde e terna
Que mantens a tradição
Velha tendinha, és o templo da pinguinha
Dois brancos de ginginha
Da boémia e do pifão

Noutros tempos, os fadistas
Vinham, já grossos, das hortas
Para o seu balcão, caturrar
E os fidalgos e os artistas
Iam pra ali a horas mortas
Ouvir o fado e cantar

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